quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento Histórico da EAD no Brasil

Érika Donisete Sartóri Timóteo
MÓDULO 1- UNIDADE 3

AT-2– Desenvolvimento histórico da EaD no Brasil. Ao final redija alguns parágrafos sobre o acham da EaD e suas expectativas para essa nova modalidade de educação.
A história da educação a distância no Brasil teve início em 1904, com o ensino por correspondência. Na época, instituições privadas passaram a ofertar cursos técnicos sem exigir escolarização anterior. Este modelo foi consagrado com a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, concebida por um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto (1923), e também com o surgimento do Instituto Monitor (1939), do Instituto Universal Brasileiro (1941) e de outras organizações similares. Entre 1970 e 1980, instituições privadas e organizações não governamentais (ONGs) começaram a oferecer cursos supletivos a distância, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos. A universidade virtual, compreendida como ensino superior a distância com uso de Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), surgiu no Brasil na segunda metade da década de 1990.
As universidades brasileiras passaram a se dedicar à pesquisa e à oferta de cursos superiores a distância e ao uso de novas tecnologias nesse processo a partir de 1994, com a expansão da Internet nas Universidades de Ensino Superior (IES) e com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), em dezembro de 1996, que oficializou a EAD como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Em 1997, universidades e centros de pesquisa passaram a gerar ambientes virtuais de aprendizagem, iniciando a oferta de cursos de pós-graduação latu sensu via internet, demarcando, assim, entre 1996 e 1997, o nascimento da universidade virtual no Brasil.
Entre 1999 e 2001 universidades virtuais formaram redes de cooperação acadêmica, tecnológica ou comercial entre instituições brasileiras, e entre estas e organizações internacionais. Neste período, passaram a ser organizados consórcios por afinidade regional, consórcios temáticos e redes de instituições públicas, privadas e confessionais. Este trabalho pretende discutir a eficácia e a importância da educação a distância no Brasil e se a EAD utiliza a tecnologia como um catalisador responsável pela mudança no paradigma educacional. Dentro desse paradigma, a promoção da aprendizagem é prioritária, visando o processo de construção do conhecimento, habilidades e informações pelo próprio aluno. Segundo os dados oficiais do Anuário Brasileiro de Educação a Distância, publicado pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância):
- Pelo menos 1.278.022 de brasileiros estudaram por EAD em 2005, tanto pelos cursos oficialmente credenciados quanto por grandes projetos nacionais públicos e privados.
- O número de instituições que ministram EAD de forma autorizada pelo sistema de ensino cresceu 30,7%, passando de 166 (em 2004) para 217 (em 2005).
- O número de alunos que estudam nessas instituições cresceu ainda mais, passando de 309.957 (em 2004) para 504.204 (em 2005).
- No ano de 2005 houve um pico na oferta de novos cursos a distância. Foram oferecidos, pelas instituições da amostra, 321 novos cursos neste ano, contra 56 novos cursos em 2004 e 29 novos cursos em 2003.
- As regiões Sul e Centro- Oeste do país cresceram muito em pontos percentuais, na comparação com o número de alunos das demais regiões. Isso deve-se principalmente ao grande crescimento de alunos no estado do Paraná, que triplicou seu número, e do Distrito Federal.
A EaD é um desafio que está lançado para a melhoria do processo educacional. Hoje oferecer conteúdos de qualidade já não é suficiente para atrair alunos e, cada vez mais, as instituições educacionais estão percebendo a importância de manter canais de comunicação amplos e abertos com seus alunos, principalmente na modalidade à distância. Neste cenário, a conexão entre instituições, professores e alunos em comunidades virtuais tem criado condições para que um melhor atendimento seja prestado a estes alunos.
É importante considerar que as universidades e as escolas não têm mais controle sobre o conhecimento, que agora é distribuído a milhões de computadores e disponibilizado através do acionamento de algumas teclas e cliques de um mouse, ao invés de trancado em bibliotecas ou em fontes textuais estáticas e dispendiosas. Ao invés de entregar o conhecimento aos alunos em bandejas, estas podem complementar seus materiais com um direcionamento de como os alunos podem encontrar informações sozinhos e se tornarem como diz o texto da Unidade 3 – “interdependentes” passando de uma perspectiva individual para uma aprendizagem em grupo (Pallof e Pratt). Enquanto os conteúdos perdem seu valor, as instituições precisam construir suas especialidades para dar apoio a grandes números de alunos a distância, para se diferenciar de seus competidores(SCLATER, 2006).
Existe uma preocupação atual com a formação de comunidades virtuais, envolvendo alunos e professores; para servir a uma variedade de situações como “discussão de conteúdos, complementação de tarefas; troca de documentos e capacitação de pessoal” (BIELSCHOWSKY, 2006); e com isso alcançar bons desempenhos nos itens que devem ser priorizados, através destas ferramentas.
Consideremos a citação de Belloni (2002) que visualiza a EaD como uma “integração que influencia todas as áreas da vida social”, reafirmando o que diz Vygotsky em sua visão para o processo de ensino-aprendizagem como uma construção de relações sociais e compartilhamento.

Referências:
- Unidade 3 – Módulo 1;
- http://ccvap.incubadora.fapesp.br/portal em 29/09/2009.

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