quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Diversidade Cultural



CURSO: CURSO EDUCAÇÃO PARA DIVERSIDADE E CIDADANIA – UNESP-SECAD-UAB
PROF(A). RESPONSÁVEL: Elisandra Maranhe
TUTOR(A): Hugo L. Nascimento e Letícia Batagello
ALUNO(A):Érika Donisete Sartóri Timóteo
GRUPO: D
POLO:São José do Rio Preto.


MÓDULO 2- UNIDADE 1

AT- 3- Escolha um dos conceitos estudados nesta unidade, que confrontou com seu modo de pensar. Faça um texto comentando a oposição de ideias, com argumentos a favor da sua posição ou a favor de uma mudança sua sobre o assunto.
O trecho a seguir me fez ver algumas de minhas práticas docentes de forma mais crítica: “Muitas vezes, na escola, as atividades – com objetivo de estimular a percepção da diversidade cultural- restringem-se a exposições estereotipadas de culturas diferentes, como festas folclóricas com danças, comidas típicas e artesanatos. Apenas essas práticas não são suficientes para estimular a convivência na diversidade. Com o passar dos anos, tais manifestações culturais, vão se tornando cada vez mais caricaturadas pois não possuem o espírito da cultura, mas somente seus ornamentos superficiais”.
Hoje, escancara-se na tela da televisão e do computador a pluralidade de pensamento e expressões humanas. A cada dia parece multiplicarem-se as culturas, as religiões, os costumes alimentares, as formas de relacionamento amoroso e de constituição dos grupos familiares. Das grandes cidades do mundo nos vêm imagens de convivência e confronto entre etnias diversas e desfilam diante de nossos olhos arregalados diferentes identidades corporais, resistindo ao esforço de padronização da beleza.
Tal realidade abala a vivência cotidiana daqueles modelos metafísicos de comportamento que determinavam os valores morais e os princípios éticos. A educação centrada no respeito e boa convivência com o semelhante a nós mesmos soa cada vez mais estranha num mundo em que nosso próximo é diferente de nós.
Há uma interdependência entre alguns aspectos da diversidade cultural e a desigualdade social, em especial, nas realidades sociais aviltantes como a da América Latina. Neste caso, tratar separadamente desigualdade e diversidade é, muitas vezes, propósito ideológico visando naturalizar a primeira e folclorizar a segunda. Para que isso não ocorra é preciso abordar tais questões sempre no chão da história. Com ela perceberemos que muito da diversidade entre os povos e grupos humanos tem uma história marcada pela dominação e exploração. Pensar a diversidade étnica e cultural historicamente significa, portanto, compreendê-las como dinâmicas, mutáveis e não como naturais e fixas.
As práticas pedagógicas devem favorecer não apenas mudanças pessoais de abertura e sensibilidade para com a alteridade, mas também alimentem sonhos coletivos de transformações sociais das estruturas geradoras das desigualdades sócio-econômicas (e as culturais decorrentes), que impedem a concretização de uma democracia igualitária em nosso país.
A realidade atual exige este compromisso do educador.
É de suma importância, observar a diversidade cultural no espaço educativo e sua relação com a escola e a sociedade. Esse é um dos principais papéis da educação: compreender o indivíduo dentro e fora da escola, conhecendo sua cultura, expectativas e prioridades educacionais (FONSECA; MOURA, 2005).
Segundo Dayrell (1996), uma abordagem intercultural representa não somente por razões pedagógicas, mas principalmente por motivos sociais, políticos, ideológicos e culturais. Nesse contexto, a transformação da cultura escolar dominante nos sistemas de ensino se faz urgente, apontando caminhos para incorporar efetivamente a diversidade cultural no cotidiano escolar.
Na Educação Básica, por exemplo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1996), elaborados pelo Ministério de Educação e do Desporto, propõem como um dos temas transversais a pluralidade cultural.
Tratar da diversidade cultural brasileira, reconhecendo-a e valorizando-a e da superação das discriminações aqui existentes é atuar sobre uns dos mecanismos de exclusão, tarefa necessária, ainda que insuficiente, para caminhar na direção de uma sociedade mais democrática. (p.4).
Nessa perspectiva, uma prática pedagógica (ação docente) que atue promovendo a intercultura, busca a relação entre sujeitos e grupos diferentes, promovendo a integração das diferentes concepções de mundo, valorizando diferentes visões da sociedade. Podemos dizer: procura-se praticar uma educação que promova e garanta o direito à diversidade, demonstrando o quanto se ganha quando os diferentes se encontram e dialogam.
O perfil do educador ao lidar com essa atividade pedagógica, pressupõe dinamismo, envolvimento, projetos e pesquisas. Isso porque o profissional da educação serve-se de um leque de atuações sugeridas pelos estudos dirigidos, cuja seleção demanda análises e estudos mais fundamentados. Entretanto, antes de empregá-las em sala de aula, o professor tem a tarefa de planejar o tempo escolar estimado, as regras e critérios e uma execução, em uníssono, com as diferenças multiculturais presentes no ambiente.
É imprescindível em uma atividade revestida de teor intercultural, estabelecer uma relação positiva para que crianças com visões preconceituosas e destorcidas possam modificar sua imagem negativa em relação à diversidade cultural existente em nosso país. Nesse sentido a interação pode demonstrar que aprender é uma dinâmica interessante e facilita a aquisição da autoconfiança e autonomia. Sendo assim, o educador deve incentivar o estudante a questionar e corrigir suas ações quando necessário, analisar e comparar diferentes pontos de vista e organizar os materiais utilizados (MARQUES, 2003)


Referências
CARDOSO, M. C.M 2, UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS PARA EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE
CARDOSO, M. C. Coordenador projeto proposto pelo Núcleo Pela Tolerância do Departamento de Ciências Humanas, FAAC, UNESP-Bauru
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais, 1996.
DAYRELL, J. A escola como espaço sócio-cultural; in: Dayrell, J. Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG,1996, pp. 266.
FONSECA, V. M.; AMARAL, R.L. Ação Docente e a Diversidade Humana. Londrina: Unopar, 2005, pp. 25.
MARQUES, M. O. Formação do profissional da educação. Ijuí: Unijuí, 2003.

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